quinta-feira, 19 de maio de 2011

Soneto de Fidelidade & Soneto de Separação, qual dos dois eu estou vivendo?

SONETO DE FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento antes,
e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento,
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure,
quem sabe a MORTE, angústia de quem vive,
quem sabe a SOLIDÃO, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive)
que não seja imortal, posto que é CHAMA,
mas que seja infinito enquanto dure!

Mas...
SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
e das bocas unidas fez-se a espuma
e das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
que dos olhos desfez a última chama
e da paixão fez-se o pressentimento
e do momento imóvel fez-se o drama.

De repente não mais que de repente
fez-se de triste o que se fez amante
e de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo, distante
fez-se da vida uma aventura errante.
De repente, não mais que de repente

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